quinta-feira, 26 de maio de 2011

Trabalhadores da CSN votam Greve Geral

Nota do Sindicato Metabase Inconfidentes

Nesta quinta-feira, 26 de maio, os cerca de 2.500 trabalhadores da CSN da mina Casa de Pedra, em Congonhas-MG, votaram pela greve por tempo indeterminado. Dos 1955 votantes, 1304 votaram pela greve, enquanto que 630 votaram a favor da proposta da empresa; os brancos e nulos somaram 21 votos. A partir dessa sexta-feira (27/05), a qualquer momento, o sindicato Metabase Inconfidentes dará início à Greve geral.
Trabalhadores exigem 15% de aumento Salarial
 Os funcionários da CSN rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 8,3% oferecido pela empresa. A reivindicação da categoria é um aumento de 15%, além de revisão da PLR para 5,4 salários, R$ 450 reais de cartão alimentação, entre outras exigências.
A intransigência da empresa levou os trabalhadores à greve. A CSN obteve em 2010 um faturamento de 14 bilhões de reais, representando um crescimento de 36% em relação ao ano precedente. A receita líquida da mineração avançou 86%, chegando a 3,6 bilhões de reais. Esses números são as provas irrefutáveis de que empresa tem totais condições de atender as reivindicações dos trabalhadores. 
 
Greve por tempo indeterminado!
A greve por tempo indeterminado vai parar completamente a produção diária de 60 mil toneladas de minério de ferro. Os trabalhadores estão revoltados com a super-exploração na mina. O salário médio não passa dos R$ 1.200, a PLR está congelada há mais de seis anos e os acidentes de trabalhado se multiplicam.
“O aumento salarial de 15% representaria apenas 2,2% do faturamento líquido da empresa na mineração. Os gastos com mão-de-obra não chegam a 5% da receita líquida da CSN. Sobram condições para atender às nossas exigências”, explica Valério Vieira, presidente do sindicato Inconfidentes. 
 
Em defesa da cidade de Congonhas
A greve dos trabalhadores também é em apoio à preservação e o tombamento da Serra Casa de Pedra. A CSN para expandir seus negócios quer destruir o patrimônio natural da cidade histórica. Os trabalhadores da CSN estão juntos à comunidade do município nessa importante luta. 
 
Apoio em todo país
A mobilização dos trabalhadores da CSN está cercada de solidariedade em todo país. Centenas de sindicatos, a central sindical CSP-Conlutas e os movimentos sociais estão em apoio à greve.
Além disso, a socidade de Congonhas também está ao lado dos trabalhadores. A Igreja Católica da cidade, os vereadores do município, as associações de moradores, entre outras entidades, estão em solidariedade ao movimento.
Greve até a vitória
Valério Vieira, presidente do sindicato, resume o objetivo da mobilização “A greve é em defesa de uma vida digna. A CSN retira bilhões de reais dessa mina e nada fica com os trabalhadores e a população além dos buracos, da poluição e da exploração. Nossa greve é por melhores salários e para dizer em bom e alto som ao Benjamin Steinbruch (presidente da CSN): o minério é nosso!”.

quarta-feira, 18 de maio de 2011


Manifesto de lançamento da Campanha
O Minério tem que ser nosso”


O Minério de ferro é uma das principais riquezas de Minas Gerais e do Brasil. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, chegando ao recorde de 370 milhões de toneladas em 2010. Minas é responsável por 70% do minério produzido no país, o que representa 33% das exportações do estado.

Mas esta riqueza não está servindo para melhorar a vida dos trabalhadores e do povo: 95% da produção é exportada sem beneficiamento, enquanto importamos produtos manufaturados de maior valor agregado. As empresas pagam apenas 2% de Royalties sobre o lucro líquido e são isentas de ICMS sobre exportação, mas mesmo assim devem R$ 5 bi ao Estado brasileiro. A Vale não paga imposto desde 2001. Nossas cidades, população e meio ambiente são atacados, através da remoção e violência contra comunidades locais, poluição de nossos rios, serras e águas – como a Bacia do São Francisco – e quando a mineração se vai, os buracos ficam.

Isso acontece, porque a mineração está a serviço do lucro de grandes empresas, como a Vale e a CSN, que foram privatizadas de forma fraudulenta e hoje valem mais de R$ 300 bilhões. Elas lucraram quase R$ 45 bilhões em 2010 e financiaram as campanhas eleitorais dos principais candidatos à presidência, além do governador Antônio Anastasia e de alguns prefeitos. Assim, elas compram a conivência dos governos e órgãos ambientais, que concedem licenças ambientais de forma irresponsável e ilegal.

Este ano devem acontecer grandes mudanças no setor da Mineração no Brasil: O Novo Marco Regulatório da Mineração, que deve ser apresentado pelo governo Dilma ato meio do ano; o Plano Nacional da Mineração 2030, que já foi aprovado por decreto pelo Ministério das Minas e Energia; o Projeto de Lei dos Royalties da Mineração (CFEM), que deve ser apresentado ao Congresso nos próximos meses; além de mudanças na presidência e administração da Vale.

Não devemos nos iludir com estas mudanças, acreditando que finalmente o governo e a Vale vão defender e implementar as reivindicações dos trabalhadores, movimentos e da população brasileira. Devemos intervir neste debate de forma independente, levantando claramente as nossas reivindicações, no sentido de aumentar a taxação sobre a mineração; coibir a mineração predatória e defender as nossas riquezas; defender o meio ambiente os municípios mineradores; defender os direitos dos trabalhadores; defender a soberania nacional.

Por isso, vários partidos, entidades sindicais, movimentos sociais e ambientais e personalidades estão lançando a campanha “O Minério tem que ser Nosso”, para defender que as nossas riquezas sejam investidas para melhorar a vida dos trabalhadores e do povo de Minas Gerais e do Brasil.

Como instrumento importante desta campanha, iremos apresentar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular dos Royalties da Mineração. Fazemos um chamado a todos que concordem conosco a se somarem a esta luta!

Nossas Propostas:
  1. 10% de Royalties sobre a Mineração! Fim da isenção de ICMS sobre a exportação mineral! Investimento obrigatório destes recursos em educação e saúde públicas, moradia popular e meio ambiente sob controle dos trabalhadores e da população!
  2. Defesa do meio ambiente e dos municípios mineradores!
  3. Defesa dos direitos dos trabalhadores da mineração!
  4. Não à exportação do minério “in natura”: industrialização no Brasil! Reestatização da Vale, CSN e Usiminas sob controle dos trabalhadores!
  5. Plebiscito Oficial sobre o Novo Marco Regulatório da Mineração!


Projeto de Campanha
O Minério tem que ser Nosso”


Objetivos Gerais:

  • Construir uma campanha estadual, com articulação nacional, que permita entrar no debate pautado pelo governo federal acerca do Novo Marco Regulatório da Mineração; Projeto de Lei dos Royalties (CFEM); PNM 2030 e demais, apresentando as reivindicações em defesa dos trabalhadores, população, meio ambiente, municípios mineradores e soberania nacional;

  • Buscar evitar que sejam aprovadas medidas que signifiquem retrocesso em relação a direitos trabalhistas; legislação ambiental; e demais pontos constantes no Marco Regulatório;

  • Denunciar o governo do estado de Minas Gerais por sua conivência com a sede de lucro das grandes mineradoras, e portanto com os danos causados à população, ao meio ambiente, aos trabalhadores e aos municípios;

Específicos:

  • Fortalecer a mobilização, organização e conscientização dos trabalhadores e da população de BH, dos municípios mineradores, e demais cidades de Minas Gerais e do Brasil;

  • Fortalecer a relação entre os partidos, sindicatos e movimentos integrantes da campanha com os trabalhadores e a população de BH, dos municípios mineradores e demais cidades;

  • Buscar a organização de um movimento sindical combativo e independente das empresas no setor da mineração;

Tática:

  • Apresentar um Projeto de Lei de Royalties de Iniciativa Popular de na ALMG. Este projeto deverá discutir a destinação dos recursos da CFEM (tanto a cota-parte do estado como a dos municípios) para um fundo específico com aplicação obrigatória em saúde pública, educação pública, moradia popular e meio ambiente com controle dos trabalhadores e da população, estendido aos municípios atingidos pela mineração.

Eixos Políticos:

1) Aumento dos Royalties para 10%
Defendemos o aumento dos Royalties para 10% do faturamento bruto das empresas e a Cobrança de ICMS sobre exportação (fim da lei Kandir); Deve ser obrigatório que estes recursos sejam investidos em saúde pública, educação pública, moradia popular e preservação ambiental; criação de um fundo controlado pelos trabalhadores e população através de suas entidades representativas que decida sobre a aplicação dos recursos; fundo deve ser estendido aos municípios atingidos pela Mineração, e não apenas aos municípios produtores; Mecanismos efetivos de fiscalização, controle e punição para combater a sonegação; Fim do financiamento público subsidiado às mineradoras;

2) Defesa dos Direitos dos trabalhadores
Cumprimento rigoroso das normas de saúde e segurança dos trabalhadores, com fiscalização e penalidades previstas no próprio marco regulatório; fim das terceirizações; fim das metas de produtividade; extensão dos direitos de organização de base e representação sindical; ampliação dos direitos das mulheres trabalhadoras; Aumento salarial progressivo até alcançar 10% do faturamento das grandes empresas; PLR de 8% sobre LL, com incorporação ao salário base;

3) Defesa do Meio Ambiente e Municípios Mineradores
Proibição da mineração em áreas de preservação ambiental (matas, nascentes, etc); todo novo empreendimento só poderá funcionar com consulta prévia efetiva da população atingida (plebiscito); luta contra remoção de comunidades atingidas e contra a criminalização dos movimentos sociais que atuam na mineração; nas áreas em operação, empresas devem ser responsáveis por medidas que evitem a poluição ambiental e recuperação das regiões mineradas;

4) Reestatização da Vale, CSN e Usiminas
Defesa de uma Política de Agregação de Valor ao minério no Brasil. Mineradoras devem ser obrigadas a investir em siderurgia, na indústria de transformação, nas vendas mercado interno, em desenvolvimento tecnológico. Defendemos ainda que todos os insumos usados na mineração sejam adquiridos 40% nos municípios mineradores, 80% nos estados mineradores e 100% no Brasil. Mas não queremos que este processo seja direcionado para benefício das empresas privadas nacionais e multinacionais, mas sim para benefício dos trabalhadores e população. Para isso, é necessário fortalecer a luta pela Reestatização da Vale, CSN, Usiminas e demais empresas privatizadas, e defender um modelo de exploração mineral que cumpra função social, do contrário este desenvolvimento não servirá para melhorar a nossa vida e desenvolver o Brasil.

  1. Realização de um Plebiscito Oficial
A Mineração é assunto estratégico, pois trata da exploração de nosso subsolo, assunto que tem a ver com a defesa da Soberania Nacional. Por isso, defendemos a realização de um Plebiscito Oficial em todo o país, como condição para aprovação de qualquer marco regulatório e Projeto de Lei de Royalties. Além disso, defendemos que todas as discussões sejam feitas de forma pública, através de consulta às entidades e movimentos sociais representativos dos trabalhadores e população atingida pela mineração. Qualquer órgão criado deve ter seus membros eleitos de forma direta e com representação dos trabalhadores e da comunidade.

Organização:

  • Criação de uma coordenação de campanha em BH composta pelos partidos, entidades e movimentos que aderirem à campanha e aberta a todos os interessados em contribuir;
  • Funcionamento por consenso, respeitando as decisões das reuniões anteriores – tudo o que houver acordo será defendido em nome da coordenação da campanha. Caso não haja acordo, cada organização terá liberdade de defender seus pontos de vista individualmente;
  • Divisão da coordenação em equipes de trabalho conforme a demanda e disponibilidade de companheiros. Exemplo: Política, formação, materiais, comunicação, imprensa, etc
  • Sede e secretaria da campanha – local e funcionamento (a definir)
  • Criação de comitês locais de campanha em Congonhas, Mariana, Itabira e demais municípios onde for possível, de acordo com a demanda e possibilidades reais;

Materiais e Comunicação:

  • Projeto de Campanha (este documento)
  • Estudo síntese sobre a Mineração no Brasil e em Minas com dados relevantes para campanha (documento base);
  • Apresentação em Powerpoint (síntese de informações e da campanha);
  • Jornal (50.000), Cartilha (10.000), Boletins (100.000)
  • Cartaz (1.000), Adesivo (10.000), Faixas (10), camisetas (100)
  • Vídeo(s) (1.000)
  • Internet – criação de um blog ou site; facebook/twitter; e-mail, etc
  • Assessoria de imprensa

Calendário:

  • Abril – primeira reunião coordenação
  • Maio – Reunião Coordenação
- Documentos, materiais, site
- Elaboração Projeto de Lei
25/04 - I º Reunião Ampliada da Campanha – Lançamento do Manifesto (50 mil), adesivo e blog;
  • Junho – Ato Estadual de Lançamento da Campanha (BH)
- Lançamentos locais em Mariana, Congonhas, Itabira, etc
- Início coleta de Assinaturas Projeto de Lei
- Jornal de Campanha
  • Julho – Coleta de assinaturas Projeto de Lei
- Avaliação geral da campanha e estratégia 2º semestre
  • Agosto - Apresentação Projeto de Lei na ALMG
  • Setembro – Mobilização para aprovação do Projeto
  • Outubro – Mobilização para aprovação do Projeto
  • Novembro - Plebiscito Popular Marco Regulatório (Indicativo)
  • Dezembro

Finanças: Discutir contribuição das entidades e movimentos

  • Estudo Síntese – R$ 1.500
  • Cartilha, Jornais e boletins – R$ 10.000
  • Cartaz (1.000), Adesivo (10.000), Faixas (10), camisetas (100) – R$ 5.000
  • Apresentação em Powerpoint – R$ 100
  • Vídeo(s) (1.000) – R$ 10.000
  • Internet – criação de um blog ou site; facebook/twitter; e-mail, etc – R$ 500
  • Assessoria de imprensa - Voluntária
  • Viagens – R$ 5 mil

Total: R$ 40 mil (Estimativa)

Organizações que já fazem parte da campanha: PSOL, PCB, PSTU, MAB. E-mail – campanhaminerio@yahoo.com.br. Blog:. www.campanhaminerio.blogspot.com

Trabalhadores da CSN entram em greve de 24H
 
João Pedro Freitas, assessor do Sindicato Metabase Inconfidentes
 
Os trabalhadores da mineração da CSN entraram em greve de 24 horas nesta segunda-feira (16/5). Os cerca de 2.500 operários da Mina Casa de Pedra, em Minas Gerais, reivindicam reajuste salarial de 15%.


CSN quer arrocho salarial
 
A CSN apresentou na semana passada uma proposta de 6,3% de reajuste salarial. Este índice corresponde à reposição do INPC. Essa proposta está muito aquém da inflação real e do avanço da lucratividade da empresa.
 
No 1° trimestre desse ano a CSN viu seu lucro líquido subir 36%. Em 2010 a empresa obteve uma receita líquida de R$ 14,5 bi, 32% superior a 2009. Já o seu lucro bruto subiu 71%, alcançando R$ 6,8 bi no ano passado. 


Trabalhadores exigem aumento real e PR justa!
 
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN e vice-presidente da FIESP, afirmou ano passado que “5% de aumento real é exagero”. Um dos homens mais ricos do Brasil deixa claro o ponto de vista dos empresários: arrocho salarial.
 
Mas os trabalhadores estão dando uma resposta à altura. A greve de 24H paralisa totalmente a Mina Casa de Pedra, em Congonhas, que produziu 21 milhões de toneladas de minério de ferro em 2010 e que foi a principal responsável pelo faturamento de 3,6 bilhões de reais no setor mineral da empresa.
 
Os operários exigem 8,7% de aumento real + INPC (6,3%), além da revisão da PR e melhorias nos benefícios.    

15% ou greve por tempo indeterminado!
 
A revolta dos operários da Mineração da CSN é grande. A inflação alta e os salários baixos estão gerando um descontentamento generalizado. Os trabalhadores já haviam paralisado por 8 horas a empresa no dia 6/5. A cada dia que passa a mobilização avança.
 
A disposição dos operários pra luta é clara. “Essa semana haverá outra negociação com empresa. Se a CSN não mudar a proposta e avançar para um significativo aumento real, vamos à greve por tempo indeterminado” explica Valério Vieira, presidente do Sindicato Metabase Inconfidentes, que é filiado à CSP-Conlutas.
  
Nota do Sindicato Metabase Incondidentes sobre a morte do trabalhador Júlio João Jesulino
*Diretores do Sindicato foram à Namisa averiguar acidente. 
Empresa descumpriu normas de segurança.


Mais uma tragédia anunciada, basta de acidentes e mortes!

Morreu na tarde do dia 16 de maio Júlio João Jesulino, vítima de acidente fatal de trabalho, nas dependências da empresa mineradora Namisa, do grupo CSN. O trabalhador foi atingido pela queda súbita do equipamento em que operava.

A morte trágica de Júlio João, que era funcionário de uma empresa terceirizada (Duarte Transporte), é mais uma infeliz comprovação das condições degradantes de trabalho às quais estão submetidos os trabalhadores e, em particular, os do setor mineral.

Essa triste notícia, que comove a todos, não é um raio em céu azul. Para nos ater a nossa região, basta relembrar os três operários mortos na Minas Casa de Pedra em 2009, em Congonhas.

Mas essa marca vergonhosa não é exclusividade da CSN. Na maior mineradora do mundo, a Vale, os desastres anunciados se repetem. No dia 3 de maio um operador de caminhão morreu enquanto trabalhava na mina Mar Azul, em Nova Lima. Em 2008, segundo relatórios da própria Vale, morreram 10 funcionários em suas dependências em todo país.

Os números de acidentes de trabalho, muitas vezes fatais, crescem na velocidade da lucratividade e da produção das empresas. De acordo com o “Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho” do Ministério da Previdência Social, o número de acidentes de trabalho no Brasil quase dobrou entre 2003 e 2008, saltando de 399.000 para 747.000.

Isso em um país onde os acidentes de trabalho são notoriamente subnotificados: muito provavelmente, estamos falando em algo em torno de 2 milhões acidentados para o ano de 2008.

A sede insaciável de lucros das grandes empresas está matando de forma violenta homens e mulheres trabalhadoras, pais e mães de famílias, seres humanos que perdem a vida tragicamente num “mundo de trabalho” onde a única coisa que vale é a produção e as metas. Organizado pela ganância desmedida das empresas, o processo de trabalho se parece cada vez mais com um filme anunciado de mutilações, acidentes e mortes.

O sindicato Metabase Inconfidentes se solidariza com a família, amigos e companheiros de trabalho de Júlio João. Tomaremos todas as providências cabíveis para a investigação e punição dos responsáveis. Levaremos às últimas conseqüências a apuração dos fatos. Em nossa opinião, a Namisa (do grupo CSN) e a empresa terceirizada (Duarte Transporte) devem ser responsabilizadas e punidas pela morte do trabalhador.

Habitualmente as empresas têm como prática responsabilizar o próprio trabalhador pelo acidente. Esse método nefasto tem como objetivo culpabilizar a própria vítima, invertendo os papéis reais. Por isso, exigimos uma investigação transparente do acidente, com participação do sindicato. Defendemos que a NAMISA indenize a família. Exigimos também a revisão dos procedimentos de segurança na empresa e maior investimento em segurança preventiva. Além disso, defendemos uma Cipa atuante e independente da empresa.



Sindicato Metabase Inconfidentes
Congonhas, 16/05/2011

terça-feira, 17 de maio de 2011


09/05/2011 - 10h34

MPMG recomenda proteção da Serra Casa de Pedra em Congonhas/MG


Área que emoldura o Conjunto dos Profetas e abriga 29 mananciais de abastecimento público corre risco de ser destruída pela mineração
O Ministério Público Estadual, por meio Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural de Congonhas, da Promotoria de Justiça de Defesa das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, da Coordenadoria das Promotorias de Justiça por  Bacias Hidrográficas de Minas Gerais  e da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, expediu nesta data (04/05) recomendação  aos Vereadores integrantes da Câmara Municipal de Congonhas objetivando a efetiva preservação do Morro do Engenho, integrante da Serra Casa de Pedra, considerado como um dos maiores patrimônios paisagísticos e ambientais da cidade.
O local corre o risco de ser transformado em uma grande cava de exploração de minério de ferro, em decorrência da intenção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) expandir  a Mina Casa de Pedra para a vertente voltada para a cidade de Congonhas.
Hoje, às 19h, a Câmara Municipal de Congonhas realizará Audiência Pública para debater o assunto.
ENTENDA O CASO
Por meio da Lei Orgânica do Município e da Lei Municipal nº 2.697/2007, houve o tombamento do conjunto das vertentes da Serra Casa de Pedra voltadas para a área urbana, ficando estabelecido que os limites do polígono do bem tombado seriam definidos em lei específica.
Há mais de dois anos a Câmara Municipal de Congonhas analisa o Projeto de Lei nº 027/2008, de iniciativa popular, que propõe um polígono de tombamento para a Serra Casa de Pedra, conforme previsto no art. 4º da Lei nº 2.694/2007.
Entretanto, a CSN contestou a proposta de delimitação, afirmando que faltavam elementos técnicos para justificá-la e contratou uma empresa de consultoria para fazer o levantamento da área.
Diante da celeuma, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural de Congonhas instaurou inquérito civil público e requisitou a realização de vistoria e elaboração de um laudo por peritos da Central de Apoio Técnico do Ministério Publico, que concluiu que a área de proteção deve ser, no mínimo, a constante do PL 27/2008.
PATRIMÔNIO DE RELEVO
Segundo constatado pelos peritos do Ministério Público, a Serra Casa de Pedra está diretamente ligada à identidade cultural da comunidade de Congonhas, considerando que ela mesma compõe a paisagem natural e cênica do conjunto escultórico do Santuário Bom Jesus de Matozinhos, reconhecido no ano de 1985 como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.  Segundo o laudo, o local é ainda de grande relevância para a preservação dos mananciais hídricos da região, os quais garantem não só o equilíbrio ambiental do ecossistema dependente, mas também o abastecimento de água do município de Congonhas, destacando-se que se encontram outorgadas à COPASA, na área da Serra Casa de Pedra, 29 pontos de captação para fins de abastecimento da população. Os técnicos acrescentaram ainda que: existe vegetação típica de Mata Atlântica dentro do limite proposto de tombamento; a área está inserida em região de Importância Biológica Especial, devido à "Endemismo de anfíbios e plantas, alta riqueza de vertebrados, ambiente único no Estado (campos ferruginosos)"; há potencial espeleológico devido à existência de cavidades naturais na região; as atividades  já desenvolvidas pela mineração na Serra da Casa de Pedra são causadoras de impactos ambientais dos quais se destacam: Supressão de vegetação; Degradação de solo; Instabilidade de taludes; Poluição atmosférica; Impacto visual.
Por tudo isso eles concluíram "pela necessidade da delimitação do perímetro de tombamento do monumento Serra da Casa de Pedra dentro dos limites propostos no Projeto de Lei de iniciativa popular nº 027/2008, que tramita na Câmara Municipal de Congonhas. Este limite de delimitação pode ser até expandido para a preservação de nascente utilizada na captação denominada Bandeira e ainda preservar áreas naturais remanescentes e inalteradas pela ação antrópica."
RISCOS PARA O MEIO AMBIENTE E O PATRIMÔNIO CULTURAL
Os Promotores de Justiça Vinícius Alcântara Galvão,  Carlos Eduardo Ferreira Pinto,  Paulo Cesar Vicente de Lima e  Marcos Paulo de Souza Miranda, que assinaram a recomendação,  afirmaram que a Lei Estadual 10.793/92, que dispõe sobre a proteção de mananciais destinados ao abastecimento público em Minas Gerais, veda a implantação de atividades extrativas minerárias em áreas como a da Serra Casa de Pedra).
Ainda segundo os Promotores,  a degradação paisagística da Serra Casa de Pedra, moldura do conjunto dos Profetas e Passos da Paixão (obras do Mestre Aleijadinho) pode, eventualmente, implicar na revogação da concessão do título de patrimônio cultural da humanidade conferido pela UNESCO ao Conjunto Escultórico do Adro da Basílica de Bom Jesus de Matozinhos,  por implicar em violação à Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, da qual o Brasil é signatário e estabelece que a noção de patrimônio comum da humanidade implica o "reconhecimento da existência de certos interesses comuns e superiores que se sobrepõem aos objetivos imediatos e particulares dos Estados".
A Recomendação foi encaminhada ainda à SEMAD, SECULT-MG,  IEPHA, IPHAN. UNESCO e à Prefeitura Municipal de Congonhas. Fonte: ABRAMPA.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

05/05/2011 - 22h47

Lucro da Vale bate recorde no 1º trimestre

Rio de Janeiro, 5 mai (EFE).- A mineradora Vale registrou lucro de R$ 11,291 bilhões no primeiro trimestre do ano, valor recorde, alta de 325,6% em relação ao mesmo período do ano passado, informou a empresa em comunicado emitido ao mercado nesta quinta-feira.

Este dado supera em 15,4% o lucro líquido dos últimos três meses de 2010 e representa um novo recorde trimestral para a maior produtora e exportadora mundial de ferro.

O lucro Ebitda - antes de juros, impostos, depreciações e amortizações - foi de R$ 15,517 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 221,4% a mais que no mesmo período do ano passado.

As receitas operacionais totais da Vale chegaram ao recorde de R$ 23,57 bilhões, aumento de 97,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

"Especificamente comparado ao 1T10, a Vale melhorou o desempenho operacional em quase todos os produtos, como o minério de ferro, pelotas, manganês, ferro ligas, carvão, níquel, cobre e cobalto, apresentando aumentos de produção, permitindo que continuemos a nos beneficiar de um cenário global favorável", destacou a empresa.

A Vale também assinalou que acaba de receber o primeiro dos 19 grandes navios que encomendou de estaleiros asiáticos para o transporte de grandes quantidades de minerais.

Segundo o comunicado, a entrada em operação desses navios "reduzirá permanentemente" os custos de transporte à Ásia, principal mercado da companhia, e contribuirá para a melhora de sua competitividade.

A Vale prevê que o preço do minério de ferro "continuará em níveis elevados" nos próximos meses, frente à perspectiva favorável da demanda e à "lenta" expansão da oferta, já que, segundo a nota, a concorrência não pretende instalar grandes projetos nem neste nem no próximo ano.

03/05/2011 - 20h38

Lucro da CSN cresce 37,7% no primeiro trimestre

SÃO PAULO - A CSN reportou hoje um aumento de 37,7% no lucro líquido do primeiro trimestre, apesar da contração de 3% no volume de vendas de produtos siderúrgicos.

Nos três primeiros meses de 2011, os ganhos da companhia do empresário Benjamin Steinbruch alcançaram R$ 615,69 milhões, acima dos R$ 447,27 milhões de um ano antes.

O resultado segue um avanço de 19% da receita líquida, que chegou a R$ 3,78 bilhões nos três meses. Também houve um avanço de 19% no resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que atingiu 1,52 bilhão, em valores ajustados.

Já a margem Ebitda - que mede a relação desse indicador com a receita líquida - ficou estagnada em 40%, mesmo patamar de um ano antes.

O balanço da CSN mostra que as vendas de aço, em volumes, recuaram 3% na comparação anual, para 1,22 milhão de toneladas.
Já no negócio de minério de ferro, as vendas subiram 23% em um ano, para 5,1 milhões de toneladas - considerando na conta a participação de 60% da CSN na Namisa.

(Eduardo Laguna | Valor)

quinta-feira, 12 de maio de 2011


Reuters 05/05/2011 18h18 - Atualizado em 06/05/2011 10h39

Lucro da Vale sobe quase 300% e é recorde no trimestre

Ganhos atingiram R$ 11,291 bilhões no período, ante R$ 2,879 em 2010.
Receita operacional líquida atingiu R$ 22,985 bilhões.

Do G1, com informações da Reuters
A Vale teve lucro líquido recorde de R$ 11,291 bilhões no primeiro trimestre de 2011, ante R$ 2,879 bilhões em igual período do ano anterior - o que equivale a alta de 292,2%, refletindo preços maiores de seu principal produto, o minério de ferro.
Os ganhos deste primeiro trimestre superam em 7% o recorde anterior, de R$ 10,554 bilhões, apurados no terceiro trimestre de 2010. O lucro líquido também é 12,9% superior ao resultado do quarto trimestre de 2010, quando a mineradora apurou ganhos de R$ 10,002 bilhões.
"Este é o resultado da execução de nossa estratégia de expandir a produção principalmente através do crescimento orgânico, desenvolvendo ativos de primeira linha... em um cenário de forte demanda global por minerais e metais", afirmou a companhia em comunicado nesta quinta-feira (5)
O lucro da mineradora foi o maior da história de uma companhia aberta no Brasil para um primeiro trimestre, de acordo com a Economática. O desempenho acontece em meio à troca do principal executivo da empresa, Roger Agnelli, que no próximo dia 20 deixa o cargo que será ocupado por Murilo Ferreira, um ex-executivo da Vale.
O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) no primeiro trimestre foi de R$ 15,517 bilhões, alta de 188,2% sobre os R$ 5,385 bilhões há um ano. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 268 milhões, contra R$ 1,337 bilhão no primeiro trimestre de 2010.
No período, a receita operacional líquida atingiu R$ 22,985 bilhões, contra R$ 12,583 bilhões do primeiro trimestre de 2010.
Pela contabilidade norte-americana, o lucro da Vale atingiu US$ 6,83 bilhões.
No primeiro trimestre de 2011, o volume vendido de minério de ferro e pelotas totalizou 68,586 milhões de toneladas métricas, volume 2,7 superior aos 66,802 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.
Apesar de o volume ter crescido apenas ligeiramente na comparação anual, os preços do minério de ferro quase dobraram no período, segundo a Vale, para US$ 126,19 por tonelada, em meio à forte demanda internacional pelo produto, especialmente da China.
Em relação ao quarto trimestre de 2010, um período que costuma ser sazonalmente mais forte que a primeira metade do ano, as vendas de minério de ferro e pelotas da Vale caíram 16,2%, informou a companhia.
A produção de minério de ferro da Vale aumentou para 71,54 milhões de toneladas no primeiro trimestre, contra 69,06 milhões no mesmo trimestre do ano passado e ante 80,26 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2010.
A Vale também observou em nota que as operações no primeiro trimestre foram impactadas pelas chuvas excepcionalmente fortes no Brasil, que afetaram principalmente as minas do sistema norte.
A receita gerada com vendas de minério de ferro atingiu R$ 11,907 bilhões no primeiro trimestre, sendo o maior valor registrado pela Vale num primeiro trimestre, informou a companhia em comunicado.
"Especificamente comparado ao 1T10, a Vale melhorou o desempenho operacional em quase todos os produtos, como o minério de ferro, pelotas, manganês, ferro ligas, carvão, níquel, cobre e cobalto, apresentando aumentos de produção, permitindo que continuemos a nos beneficiar de um cenário global favorável", afirmou a companhia em comunicado ao mercado.
A Ásia recebeu praticamente a metade da produção da Vale, ou 49,1%, fatia menor do que a região registrou no quarto trimestre de 2010, quando ficou com 54% do total das vendas, refletindo o recuo da demanda da China no período, de 34,6% para 29,5%.
Mesmo assim, a China continua como o país de maior peso na receita da Vale, seguido pelo Brasil, com 17,8%,  e Japão, com 10,7%.