Publicada em 28/06/2011 às 00h08m
Danielle Nogueira (danielle.nogueira@oglobo.com.br)RIO - A mudança no cenário internacional a partir da crise econômica global de 2008 está levando as siderúrgicas brasileiras a ampliarem seus investimentos em mineração. Com planos de autossuficiência na matéria-prima até 2015, empresas como Usiminas, Gerdau e AcelorMittal estão expandindo suas minas no Brasil. Mesmo a CSN, que já é autossuficiente, está reforçando investimentos na área. Juntas, as quatro vão destinar mais de US$ 12 bilhões nos próximos cinco anos à expansão da atividade mineradora. Por trás dessa estratégia estão esforços para cortar custos e buscar novas fontes de receita. O resultado é uma curiosa disputa concorrencial com a Vale, tradicional fornecedora de minério de ferro no país.
Essa inversão de papéis na cadeia produtiva do aço começou como um movimento defensivo. Com a crise de 2008, tanto os preços do minério de ferro como os de produtos siderúrgicos caíram no ano seguinte e se recuperaram em seguida, mas os ritmos de queda e de alta foram bem diferentes. Enquanto o preço médio da tonelada de minério de ferro exportada pelo Brasil caiu 15% em 2009, o preço médio da tonelada de laminados (tipo de produto siderúrgico) exportada despencou 38%. Em 2010, a discrepância se repetiu. As exportações de minério atingiram recorde, com salto de 86,7% no preço médio da tonelada. O preço médio da tonelada de laminados avançou apenas 13,7%.
Mas o que explica patamares tão diferentes de reajustes de itens da mesma cadeia produtiva? No caso do minério, a resposta vem da China, que mantém seu apetite voraz pela matéria-prima. No caso do aço, a retração das economias europeia e americana, após a crise de 2008, levou à redução no consumo de produtos siderúrgicos. O resultado foi uma sobreoferta que deve se manter até pelo menos 2012, diz a World Steel Association. Projeções da organização indicam capacidade ociosa para este ano de 532 milhões de toneladas de aço, ou 18 vezes o volume que o Brasil deve consumir em 2011.
Como o minério - junto ao carvão - representa cerca de 50% do custo do aço, as siderúrgicas se viram contra a parede e buscaram fornecimento próprio. A Usiminas foi às compras em 2008 e arrematou uma mina em Serra Azul (MG). Em 2010, atraiu um parceiro internacional, a japonesa Sumitomo, e criou a Mineração Usiminas. Hoje, a capacidade de produção da empresa é de sete milhões de toneladas, ou 40% de sua necessidade. A meta para 2015, quando pretende chegar à autossuficiência, é de 29 milhões de toneladas, o que demandará US$ 4 bilhões.
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