Publicada em 25-06-2011
Município não quer reativação. LÍDIA REZENDE.
ALEXANDRE GUZANSHE/ARQUIVO DC |
Com a forte demanda mundial pelo minério de ferro, pequenas, médias e grandes mineradoras têm intensificado projetos de extração em Minas Gerais |
A companhia não divulgou a capacidade de produção da jazida, o valor previsto no processo de seleção da empresa arrendatária e os investimentos necessários para o reinício das atividades. A Vale informou apenas que a mina Del Rey estava paralisada em razão da estratégia adotada de manter seu foco em grandes operações e que o arrendamento não compromete o andamento dos demais projetos já anunciados em Minas Gerais.
Além disso, a mineradora esclarece que todas as atividades envolvidas na operação, incluindo a aquisição das licenças ambientais da mina, serão de responsabilidade da arrendatária. À Vale caberá apenas promover auditorias.
O processo de arrendamento da jazida é a estratégia que poderá livrar a Vale, pelo menos diretamente, de problemas para reativar a mina, já que a responsabilidade do empreendimento passa a ser da empresa que vencerá a licitação, segundo a mineradora.
O prefeito de Mariana, Geraldo Sales de Souza, já manifestou opinião contrária ao reinício das atividades na jazida em razão dos prejuízos sociais, históricos e ao meio ambiente do município. A mina Del Rey está localizada a menos de cinco quilômetros do centro histórico e a cerca de um quilômetro do Sítio Arqueológico do Gogô.
ALMG - Na quarta-feira passada, a Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública no município para tratar do assunto. Conforme a assessoria de imprensa da ALMG, o prefeito afirmou que a população realizará manifestações, fechará estradas e fará barricadas caso o empreendimento seja levado adiante. Políticos, moradores e líderes comunitários já organizaram um movimento, denominado Mariana Viva, para resistir ao projeto de mineração.
O requerimento para a audiência pública atendeu à solicitação da 1ª Secretária da Câmara Municipal de Mariana, vereadora Aída Ribeiro Anacleto. A vereadora manifestou preocupação com a contaminação dos mananciais e nascentes, com as comunidades próximas à mina, o sítio arqueológico e com o cinturão verde em torno da área, próxima a reservas florestais como o Parque Estadual do Itacolomi, o Caraça e a Estação Ecológica de Tripuí.
No final de abril, o promotor de Justiça Antônio Carlos de Oliveira instaurou inquérito civil público para apurar os possíveis danos ambientais, ao patrimônio histórico-cultural e à saúde da população. No entanto, segundo a ALMG, a Vale ainda não respondeu às indagações, alegando que o tema cabe à empresa arrendatária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário